Páginas

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Eu preciso de silêncio!




Eu preciso de silêncio!



(Parte 09)


Por: Gustavo Pestana


Mônica olha pra Eduardo e diz:


- É uma longa história! Tudo começou quando eu estava no curso pré-vestibular. Há muito tempo atrás!


- Você quis dizer há muito tempo! – Émile interrompe Mônica, corrigindo-a de forma sorridente.


- Isso! – Risos.


- Há uns dez anos!


- Você estudava muito?


- Sim! Ela sempre gostou de estudar! Principalmente física. A melhor aula da turma! – Eduardo interrompe Mônica e começa a rir de forma carinhosa.


- Émile, eu sempre gostei de estudar todas as disciplinas! Em especial história e português.


- Eu que o diga! – Eduardo ri.


- Pára Eduardo! – Mônica ri, pois começa a lembrar os pequenos detalhes do passado.


- Dú, dava aula de física!


- Quem é Dú? – Pergunta Emile.



- Sou eu! – Responde Eduardo.





- Eduardo era recém formado em física e, por ser um excelente professor foi contratado pra lecionar naquele colégio. Ele era um sonhador, alguém de objetivos, que lutava por eles. Eu me recordo que ele gostava de usar uma camisa que tinha a palavra hope, que significa esperança em inglês. Ele costuma dar aula falando da beleza da vida e, de uma forma poética ele usava as formulas pra ficar mais fácil que os alunos aprendessem os assuntos. Aquele pequeno colégio estava situado, numa pequena cidade de aproximadamente 200 mil habitantes. Eu gostava de quase todas as aulas, exceto de uma que não prefiro comentar, pois o professor tinha uma voz estranha! – Mônica ri e não consegue se conter. E depois olha pra Eduardo e começa a imitar o professor. Eles riem.


Emile toca em Mônica e pergunta:


- Como foi o seu primeiro dia lá?



- Foi legal! Foi aula de......


- Física! – Eduardo interrompe novamente e eles riem.


- Aula de física – Mônica continua falando -, eu achei normal a aula naquele dia.


- Mas eu não! – Eduardo diz – Eu percebi que algo estava diferente na sala! A Sua presença alegrava todas as minhas teorias e especulações sobre a realidade. Um ser divino na terra, entrou na minha aula naquele instante. Eu não tinha a compreensão da imensa grandeza daquele ser.....Só depois de muito tempo que eu consegui compreendo-ló um pouco.


- Pois é, - Mônica continua – a aula foi super legal. Mas nada de mais pra aquele dia. Depois tivemos aula de Q.... – Novamente ela ri e não diz de qual matéria tinha sido a aula.


- Um mês e meio depois, Eduardo estava ensinando como os alunos deveriam fazer quando eles tivessem numa questão onde houvesse apenas letras e, fosse necessário passar operações matemáticas para o outro lado de uma igualdade. Eu naquele dia, estava contando uma história pra minha melhor amiga. Daí Eduardo me chama......


- Ei Menina! Você ai que parece a princesa ........- Eduardo reproduz a fala do mesmo modo e Mônica ri novamente.

- Eu deveria simplificar aquela formula! Eu respondi com facilidade. E retornei pro meu lugar na sala! Depois daquele dia nos começamos a conversar bastante antes das aulas do cursinho. Eu tirava as minhas dúvidas e ele me ensina sempre algumas maneiras mais fáceis de resolver os problemas que eu iria encontrar nas provas. Eu me sentia super bem em tirar minhas dúvidas com ele. Ele era muito atencioso, com todos e comigo. Isso tudo pra mim parecia ser super normal. Ele era muito engraçado. Desse mesmo jeito que você vê agora Mile.Com o passar tempo eu comecei a notar algo diferente.





- O que? - Interrompe Émile.


- As questões do módulo do cursinho. – Eduardo ri e acaricia suavemente os cabelos de Mônica.


- O que tinha?


- Tinham dados sobre min! Vou lhe falar uma questão de física que eu lembro. Uma linda jovem que tira de órbita qualquer ser que ouse passar por sua rota com o seu charme e elegância, dirige o seu carro, um lindo carro preto 4x4, com velocidade média de 40 km/h, percorre uma espaço de 10 km até o cursinho. Que horas ela chegará ao cursinho para que o seu admirador possa contemplar a sua beleza sem que ela perceba, se ela sair de casa às 6:45?

- Ele sempre foi assim? Mas como você soube que era você? – Émile pergunta.


- Porque eu ia pro cursinho com o carro de meu pai que tinha todos os traços que ele disse, e chegava sempre naquele horário normalmente e sai de casa às 6:45. Ele sabia muitas coisas sobre mim e eu não sabia disso.


- Emile – Diz Eduardo -, uma vez um colega meu disse que tinha gostado muito de uma menina, mas não sabia expressar esse sentimento, dai ele mandou um bilhetinho. Algo bem sincero e muito belo pela sua simplicidade e carinho. Depois de um bom tempo eles casaram, e eu decidi escrever uns módulos para Mônica. - Ele ri de forma doce, e segura na mão de Mônica.
- Como assim?
- As questões de física sempre tinham algo para ela! Cada problema de física tinha dados sobre Mônica. Eu aprendi e já tinha visto muitas coisas sobre a vida, mas nada comparado a Mônica. Por mais que eu tentasse naquele momento dizer isso pra ela, eu acho que ela não acreditaria em mim, e pensaria que tudo aquilo era pura emoção. Eu sabia que não era. Mônica tinha um padrão que deveria ser seguindo por qualquer outra mulher. Ela era linda, com caráter, elegância, charme e... - Eduardo fala como se contemplasse a lua ou admirasse a paisagem mais linda de sua vida. -, Contemplar ela me fazia bem, muito bem. Ouvir a sua doce voz me trazia paz e alegria. Émile, somando os módulos que eu escrevi naquele ano, considerando os das revisões e simulados, eu fiz uns dezessete.
- dezessete? Tudo isso! – Emile diz espantada.
- Sim! - Responde Mônica – Eu não acreditei muito também não, pois ele deve ter se dedicado muito, mas muito mesmo. Dú já tinha demonstrado quem ele era no seu agir diário, mas aquele foi o cheque-mate! Em umas das ultimas aulas dele, ele me chamou ao quadro e me perguntou se eu lembrava a primeira vez que tinha feito isso, eu lhe disse que sim. Daí ele escreveu no quadro uma questão semelhante. Foi essa assim:




(√ax+ate)² =(a)²
--------

mo






- E ai?



- Eu preciso de um pouco de silêncio! Eu pensei naquele instante Émile, pois minha vida estava um pouco complicada, estava passando por vários problemas diferentes. Eduardo apareceu no momento certo. E me surgiram muitas dúvidas! Ele era muito atencioso e prestativo, eu não queria nem saber muito dele, não sabia as vezes como me relacionar com ela, foi algo complicadíssimo naque momento de minha vida. Eu sentia falta dele quando chegava em casa, mas era algo estranho pois eu não sabia definir o que sentia as vezes, mas muitas vezes eu dizia que não era um amor como ele sentia por mim. Eu precisava de um momento sozinha.



Mônica fica em silêncio...


P.S.: A resposta dessa questão de física está no e-mail que Mônica enviou para Eduardo na Parte 01!



Confira a resolução!









Vocês estão pensando que acabou tudo por ai?



DEIXE O SEU COMENTÁRIO

Nenhum comentário:

Postar um comentário